Desde o seu lançamento o objetivo do Rapberry Pi era ser um computador pessoal de baixo custo, tentando relembrar os microcomputadores dos anos 80. Com o Raspberry Pi 400 a fundação Raspberry se aproxima ainda mais disso, com um modelo poderoso, compacto e de visual agradável:
Com a placa dentro do teclado (vou falar mais sobre isso), basta conectar um cartão micro SD, um mouse e uma fonte e ligar à TV com um cabo HDMI. Um “kit” (no sentido de conjunto, não de “monte você mesmo”) inclui tudo isso e mais um “Guia do Iniciante”.
Nota: infelizmente, eu ainda não coloquei as mãos em um Rapberry Pi 400… as informações aqui vem de sites e vídeos que listo no final.
Raspberry Pi 400 – Características Técnicas
Vamos começar listando as características técnicas:
- CPU (um SOC para ser mais preciso) Broadcom BCM2711, um Cortex-A72 (ARM v8) quad-core de 64 bits, rodando a 1,8GHz
- 4 Gbytes de memória Ram
- WiFi dupla banda (2.4 e 5GHz)
- Bluetooth 5.0 BLE
- Ethernet Gigabit
- 2 portas USB 3.0 e 1 porta USB 2.0
- 2 portas micro HDMI para ligação de até dois monitores ou TVs
- Teclado com layout americano, inglês, francês, espanhol, alemão ou italiano.
- Conector de 40 pinos para acesso aos GPIOs e outros sinais, como nas placas Rapsberry
A imagem abaixo mostra como os conectores na traseira do teclado (reparar o uso de conector USB-C para a alimentação):
A base para o computador é o Raspberry Pi 4, no qual o WiFi e a internet são conectadas diretamente ao SOC, resultando em uma performance de rede bem superior aos modelos anteriores. Outras melhorias no Pi 4 que impactam a performance são um desempenho melhor na comunicação com a Ram e uma versão melhor da GPU.
Entretanto, ao contrário do que se imagina a princípio, o Raspberry Pi 400 não possui dentro uma placa Raspberry Pi 4 B. O que temos é uma placa específica:
Existem algumas diferenças nos componentes em relação ao Raspiberry 4: o CI para a interface internet é outro. O clock foi aumentado de 1,5 para 1,8GHz.
Uma preocupação comum com as placas Rapsberry Pi é quanto a aquecimento. Embora a posição oficial seja que não é necessário um dissipador ou ventilador para as placas, a cada versão o calor gerado pelo SOC aumenta. Caso a temperatura no SOC passe de um certo ponto o clock é reduzido internamente, abaixando a temperatura – e a performance. No caso do Raspberry Pi 4 montado em uma caixa ou gabinete fechado, é preciso assegurar uma refrigeração eficiente,
No Raspberry Pi 400 a solução adotada foi uma chapa de alumínio que recebe o calor do SOC e o espalha por toda a área do teclado. Entradas no gabinete permitem que este calor seja dissipado no ambiente:
Os testes que encontrei na internet (como no vídeo “Raspberry Pi 4 New All-in-One Pi!”), mostram que esta solução é efetiva, com o SOC trabalhando dentro dos limites normais de temperatura mesmo com cargas pesadas.
Comentários finais sobre a Raspberry Pi 400
No momento em que escrevo, os distribuidores brasileiros ainda não oferecem o Raspberry Pi 400. Acredito que quando o fizerem vão ter um modelo aprovado pela Anatel (como já acontece com algumas placas) e, espero, um layout adaptado para o português.
Com tudo isso, o Raspberry Pi 400 é uma opção interessante para quem quer um computador para aprender e se divertir um pouco, como era a ideia original dos computadores pessoais. Ele é poderoso o suficiente para assistir vídeos e realizar tarefas corriqueiras (mas não o suficiente para usar sites intensos ou rodar jogos pesados). A integração da placa ao teclado retira aquela aparência de “uma placa cheia de fios espetados” que pode assustar algumas pessoas, ao mesmo tempo que o conector de GPIO na traseira permite fazer experiências com hardware.
Referências
Página oficial: https://www.raspberrypi.org/products/raspberry-pi-400/